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LABORATÓRIO

          O laboratório tem uma importante função no controle de qualidade, realizando análises frequentemente. Em cada etapa do processo existem pontos críticos que devem ser cuidadosamente controlados pelas análises laboratoriais, sendo que uma análise em uma etapa inicial do processo, pode ser fundamental para a qualidade do produto final.
          As análises seguintes serão descritas conforme as etapas do processo, não sendo realizadas necessariamente nesta ordem, e somente aquelas que fazem o controle de qualidade da área de realização do estágio.

          1) Preparação

          a) Matérias estranhas ou impurezas: Análise realizada na soja em grãos para se detectar a presença de matérias estranhas ou impurezas, ou ainda de grãos ou sementes de outras espécies vegetais e detritos minerais (areia, pedras, etc.). São considerados impurezas ou matérias estranhas, todo material que vazar através da peneira de 3mm de diâmetro e também tudo o que ficar retido, mas que não seja soja, inclusive soja não debulhada.
          b) Umidade e matéria volátil: Análise realizada na soja em grãos e que determina a umidade e algum outro material volátil.
          c) Teor de óleo: Análise realizada na soja em grãos e que determina as substâncias extraídas pelo solvente hexano.
         d) Proteínas totais: Análise aplicada na soja em grãos, onde a determinação da proteína faz-se em geral na base do teor de nitrogênio protéico que as substâncias contém. O processo mais difundido e relativamente exato é o Kjeldahal. A matéria orgânica é decomposta com ácido sulfúrico e uma mistura catalítica. O nitrogênio existente é transformado em sulfato de amônio, que permanece dissolvido no meio fortemente ácido, de acordo com a reação:

matéria orgânica + H2SO4  --  (NH4)2SO4 + H2SO4
 
          Durante a destilação há não só a reação entre o hidróxido de sódio e o ácido sulfúrico, como também o excesso de soda que provocará a decomposição do sulfato de amônio, conforme as reações:

H2SO4 + 2NaOH  --  Na2SO4 + 2H2O
(NH4)2SO4 + 2NaOH  --  Na2SO4 + 2NH3 + 2H2O     

          O gás amoníaco é recolhido em frasco contendo ácido sulfúrico, que reage formando novamente o sulfato de amônio. No final, haverá uma certa quantidade de ácido em excesso, que será neutralizado com hidróxido de sódio na titulação, conforme as reações:
2NH3 + 2H2SO4  --  (NH4)2SO4 + H2SO4 (EXCESSO)
H2SO4 (EXCESSO) + 2NaOH  --  Na2SO4 + 2H2O
          Determina-se a partir destes dados a percentagem de nitrogênio na amostra. O nitrogênio é transformado em proteína, bastando multiplicar a percentagem de nitrogênio por 6,25, que é fator convencional. O fator 6,25 é devido de que as primeiras proteínas analisadas tiveram 16% de nitrogênio (100:16 = 6,25).
          e) Ácidos graxos livres: Análise realizada na soja em grãos e que determina a percentagem de ácido oléico, a acidez equivalente do extrato hetéreo ou hexânico obtido à temperatura ambiente.

          2) Extração  

          a) Teor de óleo: Análise aplicada no farelo de soja e que determina as substâncias extraídas pelo hexano.
          b) Flash Test (Ponto de Explosão): Aplica-se no farelo após o dessolventizador-tostador (DT) e determina se há a presença ou não de solvente hexano no farelo após a dessolventização e tostagem.
          c) Concentração da miscela: Aplica-se nas miscelas em geral (rotineiramente nas bombas P3G e P8) e que determina a quantidade de óleo presente na miscela (mistura homogênea de óleo e solvente) através da relação do peso inicial da alíquota utilizada no teste com peso remanescente após a separação do solvente através da evaporação do mesmo em chapa de aquecimento, cuja temperatura de evaporação do solvente sendo muito menor que a do óleo
          d) Óleo mineral (Absorção): Análise aplicada no óleo mineral de absorção de hexano e que determina a percentagem de material volátil (hexano) presente após a dessorção.
          e) Flash Point: Análise aplicada no óleo bruto (bomba P22) e que ardem (arder = romper em chamas súbitas e passageiras) a temperaturas abaixo de 148,9?C. Determina-se a temperatura que a amostra arderá, ou seja, indicará a presença de hexano na amostra aquecida colocando-a na presença de uma chama o observando-se se há ou não uma pequena combustão.

          3) Peletização


          a) Proteína do farelo: Idem da soja.
          b) Umidade do farelo: Idem da soja.
          c) Atividade ureática: Aplica-se no farelo de soja e determina-se a atividade da urease residual. O resultado deste teste indica que quanto maior o valor da urease residual, maior será a quantidade da enzima anti-digestiva tripsina, ou seja, indicará se o tempo de tostagem está sendo suficiente para eliminar a enzima tripsina.
          d) Finos: Aplica-se nas cascas e determina-se a quantidade de finos presente nos pellets de cascas.
          e) Proteína solúvel em hidróxido de potássio (KOH): Aplica-se no farelo de soja para se determinar a proteína solúvel em KOH. O objetivo desta análise é poder julgar o processo de tostagem a que foi submetido o farelo de soja, podendo corrigir o mesmo, caso tenha havido um excesso ou falta na temperatura ou tempo utilizados. Este serve para avaliar a lisina disponível. O farelo excessivamente tostado pode ter até 50% a menos de lisina.







 
 
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