1) Introdução
O graneleiro
tem por finalidade receber a produção de grãos e conservá-los
em perfeitas condições para que não ocorra a deterioração
destes. No caso da Cocamar, os grãos de milho e trigo recebidos
são armazenados para venda posterior, e os grãos de soja
e canola para a produção de óleo comestível.
A produção
de grãos é periódica, enquanto a demanda destes para
as indústrias é ininterrupta, portanto, os armazéns
permitem estocar os grãos e utilizá-los de acordo com o consumo
da indústria. Na Cocamar os grãos são armazenados
a granel em armazéns horizontais.
2) Classificação dos Grãos
O recebimento
dos graneleiro inicia-se na classificação dos grãos,
o que permite avaliar o produto a partir de padrões pré-estabelecidos
pela Cocamar antes de ser entregue, evitando-se desta forma utilizar produtos
de qualidade ruim, e também pagar um valor que seja coerente com
a classificação dos grãos. Os grãos são
transportados de caminhão oriundas de unidades próximas,
de transferências e até mesmo direto da lavoura.
A classificação
começa retirando-se amostras dos caminhões por meio de uma
sonda coletora (calador de 1,5m), fazendo-se a coleta entre 9 e 12 amostras
(depende o tamanho do caminhão) em pontos diferentes, permitindo
ter uma amostra que represente toda a carga. Estas amostras são
encaminhadas para as análises de classificação; após
a classificação, os dados da carga são inseridas no
computador que está em rede com a balança.
2.1) Soja
a) Umidade
É realizado
através de um equipamento chamado de “Universal Moisture Tester”,
que consiste em comprimir uma determinada quantidade de amostra (60 gramas)
e, baseia-se na prova da resistência elétrica, ou seja, em
um circuito elétrico influenciado pelo teor de umidade. Apesar da
umidade influenciar na passagem da corrente elétrica, a temperatura
também é outro fator a ser considerado, pois a resistência
elétrica de um material varia com a temperatura; se a temperatura
subir, há uma diminuição da resistência e vice-versa.
Por isso, a leitura é feita com uma correção de acordo
com a temperatura.
A umidade normal
de recebimento é de 14% e a partir daí tem-se uma tabela
para dedução do peso líquido da carga (tabela), ou
seja, o desconto aumentará com o aumento de umidade, sendo que a
máxima permitida é de 25%. Acima deste limite a carga é
admitida sob aviso de rejeição futura. Caso a soja seja entregue
com umidade abaixo de 14%, não existe bonificação.
b) Impurezas
Existem peneiras
de 3,0 cm (crivo circular) e que determinam as impurezas ou materiais estranhos
todo material que vazar através de peneira e/ou que nela ficar retido,
inclusive vagem verde, mas que não seja soja. Não considera-se
como impureza o soja “quebradinho” que representar ¼ (um quarto)
ou mais do grão, mesmo que vaze na peneira, porém, é
descontado o quebradinho que representar menos que 1/4 do grão.
É pesado uma amostra de 500 gramas para a análise. Esta análise
pode ser realizada manualmente (peneiras manuais) ou mecanicamente (equipamentos
com peneiras rotatórias).
O resultado
da pesagem das impurezas são descontados do peso bruto (tabela),
e não há limite máximo para o desconto. O soja verde
tem um limite de 20% e acima disto é descontado na mesma proporção
dos avariados (tabela).
c) Avariados
Os grãos
avariados compreendem:
- Ardidos: São
os grãos ou pedaços de grãos que perdem a coloração
característica, em mais de 1/4 do tamanho do grão;
- Fermentados:
São os grãos que apresentam pontos de coloração
escura, de qualquer tamanho, visíveis a olho nu em até 1/4
do grão;
- Brotados:
São os grãos ou pedaços de grãos que apresentem
germinação visível;
- Chochos: São
os grãos enrugados, com densidade menor que a do grão normal;
- Quebrados:
São os pedaços de grãos que ficam retidos na peneira
de crivos circulares;
- Carunchados:
São os grãos ou pedaços de grãos furados ou
infestados por insetos vivos ou mortos.
Para se determinar
quantidade de avariados, pesa-se 100 gramas da amostra e retira-se todos
os grãos considerados avariados, e através da pesagem destes
grãos avariados sabe-se a porcentagem de avariados. O soja que acusar
um percentual acima de 8% (oito porcento) de avariados, sofre descontos
sobre o peso líquido de impurezas e umidade (tabela). Não
há bonificação para grãos avariados abaixo
de 8%.
d) Desclassificação
Na Cocamar é
desclassificado e não recebido o soja em grãos que apresentar:
- Mau estado
de conservação;
- Aspecto generalizado
de mofo e fermentação;
- Acentuado
odor estranho (ácido ou azedo) de qualquer natureza, tornando-o
impróprio e prejudicial sua utilização normal;
- Presença
de sementes venenosas ou mamona.
e) Reclamação
da Classificação
As amostras retiradas dos caminhões são guardadas por 2 dias (fora o dia da entrega), para aquele produtor que tiver dúvida quanto a classificação poder optar por uma nova análise dos grãos.
2.2) Canola, Milho e Trigo
O princípio para a classificação dos grãos de canola, milho e trigo, são basicamente iguais aos da classificação da soja. Apesar disto, existem alguns detalhes que diferenciam as técnicas de classificação, e também, existem diferentes tabelas para descontos de acordo com os grãos que estão sendo classificados. Algumas diferenças na classificação são:
a) Umidade
Para a canola,
a umidade normal é de até 14% e acima deste percentual é
descontado (tabela), porém, se a canola for entregue com umidade
inferior a 14%, é concedida bonificação (tabela).
Para o milho,
a umidade normal é de 14% e para o trigo é de 13%.
b) Impurezas
Para a canola
são utilizadas amostras de 100 gramas. Considera-se impureza todo
material qua vazar na peneira de 1 por 20 mm (crivo oblongo) e que ficar
retido na peneira de 3,5 mm (crivo circular), além da catação
manual; para materiais estranhos o desconto é feito no peso bruto
na relação de 1 para 1, e para impurezas do próprio
produto (grãos quebrados, amassados) o desconto é na relação
de 0,5 para 1.
Para o milho,
são consideradas impurezas todo material que vazar através
da peneira de 2 por 20 mm (crivo oblongo) e/ou que nela ficar retido, mas
que não seja milho; o desconto é feito do peso bruto conforme
o percentual encontrado no momento da classificação e sem
limite máximo para desconto.
Para o trigo
são consideradas impurezas os materiais que passarem nas peneiras
e/ou que nela ficar retido, mas que não seja trigo e não
seja material estranho; as peneiras utilizadas são: para trigo com
umidade até 16% utiliza-se peneira 1,75 por 20 mm; para trigo com
umidade acima de 16,1%, peneira 1,90 por 20 mm e, produto considerado como
triguilho, peneira 1,50 por 20 mm. As impurezas são descontadas
do peso bruto, sendo tolerado até 1% com desconto de 1 para 1 do
que exceder.
c) Avariados
A análise
para os grãos da canola é feito por meio de uma régua
que possui 100 orifícios e que acomodam os grãos da canola,
e após retirar estes grãos com a uma fita adesiva, os grãos
são esmagados e analisadas com o auxílio de uma lupa e, desta
maneira observa-se a quantidade de grãos verdes, avariados e ardidos.
O desconto dos grãos verdes subdivide-se em: grãos distintamente
verdes acima de 2% desconta-se 1 para 1 e grãos esverdeados acima
de 4% desconta-se 0,5 para 1. A tolerância do recebimento fica limitado
em 20% na soma de grãos distintamente verdes e esverdeados.
Para o milho,
o limite máximo de grãos avariados é de 27%, obedecendo
o limite de 10% no máximo de grãos ardidos. Não é
recebida a carga com limite de grãos ardidos acima de 20%, abaixo
o valor é deduzido (tabela).
O trigo tem
uma tolerância de até 1% de grãos germinados, sendo
de 1,1 até 3% de grãos germinados e acima de 3% de grãos
germinados considera-se como trigo germinado. Os grãos ardidos
e esverdeados são considerados como trigo até 2% e acima
de 2% como triguilho.
d) Desclassificação
A canola não
é recebida se apresentar tratamento com fungicidas, corantes ou
outros produtos capazes de deixar resíduos tóxicos; também
se na classificação apresentar um índice superior
a 55 de grãos silvestres (exceto vagens que possam ser separadas),
que possuam a mesma granulometria da canola e que pertençam a família
das crucíferas.
O trigo é
desclassificado apresentar o percentual entre 2 e 10% de aveia.
e) pH
Este teste é realizado somente para o trigo, utilizando-se a técnica de pesos hectolítricos, que é o peso de uma massa de grãos ocupando o volume de um hectolitro (100 litros). É a relação entre o peso e a densidade. Como o hectolitro é um volume muito grande, para esta análise é realizada com valor de um quarto de litro e em seguida é feito a conversão. Existe um recipiente cilíndrico onde é depositado uma amostra e encontra-se o peso de hectolítricos; com o auxílio de uma tabela, tem-se o valor de pH correspondente com o peso. Com os valor de pH e da umidade, utiliza-se uma tabela de melhoria para o pH, ou seja, o pH é alterado conforme a umidade muda de valor. É considerado como “Triguilho” o trigo que tiver pH inferior a 72, após a aplicação da tabela de melhoria de peso hectolitro-pH.
3) Balança
A fábrica
de óleos da Cocamar possui 2 balanças, onde uma faz o controle
do graneleiro e outra o controle da expedição, no entanto,
quando há pouco movimento, trabalha-se com somente uma balança.
A balança do graneleiro pesa os grãos (soja, milho, trigo
e canola) e a balança da expedição pesa o farelo e
o óleo. O sistema de operação é simples: quando
vai ser carregado, o caminhão é pesado antes do carregamento
(vazio), carrega-se e faz-se a classificação, e em seguida
pesa-se (cheio); em contrapartida, quando vai ser descarregado, o caminhão
é classificado, em seguida é pesado antes do descarregamento
(cheio) e depois (vazio). Na balança, o funcionário digita
apenas a placa do caminhão e o sistema já fornece todos os
dados referentes a carga, pois na classificação a carga já
foi introduzida no sistema computacional (em rede); estes dados ficam no
sistema em rede com a sede. O peso líquido da carga é calculada
automaticamente pelo sistema através das diferenças do caminhão
cheio e vazio. O recebimento de soja por depende da época do ano,
podendo oscilar em média de 1000 a até 8000 toneladas por
dia. Para o caso dos vagões os procedimentos são os mesmos.
4) Operação dos Graneleiros
A moega é
o local de recebimento dos grãos, onde os caminhões são
“tombados” pela plataforma volcadora e os grãos depositados em um
recipientes no subsolo; certos caminhões possuem meios próprios
de descarga do produto, como “furos” que permitem o escoamento ou a carroceria
com dispositivo próprio de elevação. O caminhão
fica em cima de uma grade no qual passam os grãos, que ficam no
subsolo em forma de pirâmide e com abertura onde sai o produto gradativamente.
Os armazéns possuem células (divisões) em seu interior,
e ficam divididas da seguinte maneira:
- Armazém
1: Células A, B e C;
- Armazém
2: Células D, E e F;
- Armazém
3: Células G, H e I;
- Armazém
JK: Células J e K;
Daí então,
é a origem do nome do armazém JK.
O graneleiro
JK tem a finalidade de receber milho, porém, quando falta espaço
para o armazenamento de soja nos outros armazéns, a soja é
transferida para o armazém JK por meio de caminhões,
o que gera um custo de R$0,50 por tonelada. A moega com tombador recebe
os grãos que envia-os para o elevador 7, que por sua vez despeja-os
para o elevador 1, ou também com opção para a moega.
O elevador 7 transporta os grãos para um silo, ou também
poderá ir direto para os equipamentos de pré-limpeza. A pré-limpeza
é constituída de equipamentos dotados de 3 peneiras que são
adaptadas para cada tipo de grão, e são agitadas continua
e mecanicamente por meio de um motor ligado por uma correia a uma polia
excêntrica na lateral dos equipamentos. Estas possuem também
bolas de borracha que tem por finalidade auxiliar na manutenção
da limpeza das peneiras, e impedir os entupimentos e o acúmulo de
impurezas. A primeira peneira retém as impurezas mais grossas deixando
vazar os grãos e as impurezas mais finas (quirela, cascas, etc);
ao alcançarem a segunda e terceira peneira (ambas de mesmas dimensões
e de diâmetro menor que a primeira), a soja fica retida e as impurezas
vazam e são em seguida ensacados. Estes equipamentos possuem em
exaustor na parte superior do equipamento, e que por sucção
retiram as impurezas mais finas (pó) e depois, são depositadas
em um silo para carregamento em caminhão. A soja segue para o elevador
3 que deposita-os no secador, e pelo aquecimento do ar em uma fornalha
e posterior resfriamento pelo exaustor, faz com que seja retirada a umidade
dos grãos (a secagem será explicada mais adiante com detalhes).
O elevador 4 recebe os grãos secos e transporta-os para as máquinas
de limpeza (semelhantes aos da pré-limpeza) e retiram as impurezas
restantes da pré-limpeza. As impurezas são transportadas
para um silo de impurezas para poderem ser carregadas em um caminhão.
Após a limpeza, os grãos são enviados para o elevador
5, que os transporta para serem depositados no armazém JK. Caso
se necessite retirar os grãos para carregamento, os grãos
do armazém alimentam através de uma fita o elevador 8, e
que também descarrega no elevador 7 e permite desta forma o carregamento
em caminhões na moega. O armazém JK tem capacidade de armazenamento
de 65000 toneladas.
Nos graneleiros
1, 2 e 3, a operação é basicamente a mesma que o do
graneleiro JK, porém recebe-se soja, trigo e canola. Existem 8 moegas
e estas recebem os grãos de acordo com a necessidade; as moegas
7 e 8 enviam pelo elevador 17 para a moega 6, que permite descarregar em
duas fitas no túnel, sendo uma simples e uma dupla; as moegas de
1 a 5 também transferem para estas fitas, onde estas fitas transportam
os grãos para a etapa de secagem. Existem 4 equipamentos para a
pré-limpeza, sendo que o elevador 7 alimenta a PL 2 e o elevador
2 alimenta as PLs 1, 3 e 4; em seguida a PL 2 alimenta o elevador 4, a
PL 1 alimenta o elevador 1 e as PLs 3 e 4 alimentam o elevador 6. Assim
como no graneleiro JK, os equipamentos de limpeza e pré-limpeza
tem capacidade de 40 toneladas por hora. Ambos os secadores 1 e 2, assim
como o do armazém JK tem como combustível a lenha e tem capacidade
de operação de 40 toneladas por hora, e são alimentados
respectivamente pelos elevadores 4 e 1; o secador 3 tem capacidade de operação
de 80 toneladas por hora e é alimentado pelo elevador 6. Após
a secagem, os grãos são transportados pelas 2 fitas (simples
e dupla) para a etapa de limpeza. Existem em funcionamento 5 máquinas
de limpeza, onde as máquinas 1, 2 e 4 são alimentadas pelo
elevador 11 e as máquinas 5 e 6 pelo elevador 10. Os grãos
secos e limpos são transferidos para as fitas 1 e 2 (túnel),
que alimentam respectivamente os elevadores 9 e 8, e depois os elevadores
13 e 12, e ambos depositam os grãos no armazém 2; os elevadores
8 e 9 depositam os grãos no armazém 1. O elevador 21 que
é alimentado pela fita 14, transfere os grãos para a fita
13 que transporta até o armazém 3. Os armazéns 1,
2 e 3 tem respectivamente capacidade de armazenamento de 26000, 40000 e
37000 toneladas, sendo que os armazéns 1, 2 e o JK possuem o fundo
em forma de “V” e o armazém 3 fundo plano.
5) Aquecimento dos Grãos
A principal causa do aquecimento dos grãos é o processo de respiração destes associados aos fungos (os insetos também podem causar aquecimento dos grãos). Isto ocorre porque, mesmo depois de colhidos, os grãos continuam a viver, e também a respirar. Os fungos causam a perda da qualidade dos grãos por fermentações , modificações organolépticas e redução do valor nutritivo dos grãos. O aquecimento pode ocorrer quando o produto armazenado possui um teor de umidade acima do nível ideal. Pode-se observar que a respiração provoca um aumento de temperatura pela seguinte equação:
Quando os grãos estão armazenados a granel e ocorre o aquecimento em determinada região do armazém, forma o que se chama de “bolsa de calor”, isto porque uma massa de grãos possui uma baixa condutibilidade térmica e, consequentemente, o calor produzido acumula-se mais rapidamente do que desprende-se. No caso da soja, o aquecimento provoca um escurecimento dos grãos que vai do marrom para o preto, e que diz-se então que o grão está “ardido”. A umidade ideal para armazenagem é de 14% para a soja e para o milho, 13% para o trigo e 10% para a canola.
6) Termometria
A termometria é o controle da temperatura dos grãos através de uma rede de cabos com sensores de temperatura em sua extensão, dispostos regularmente dentro das células do armazém. Estes sensores são ligados a um painel de controle que permite visualizar o ponto exato da leitura da temperatura, possibilitando-se assim saber o local mais próximo para se realizar a aeração. Devido a uma diferença de altura dos grãos armazenados, os cabos possuem desde 3 sensores (lateral do armazém) a até 13 sensores (no centro do armazém). A leitura das temperaturas é realizada altenando-se os dias, e a temperatura é considerada crítica quando atinge os 30ºC. Basicamente, todos os fatores que ameaçam a perda da qualidade dos grãos causam um aumento de temperatura, portanto, este controle da temperatura pode impedir um processo de deterioração. Na Cocamar, todos os armazéns possuem este controle de temperaturas.
7) Aeração
A aeração
tem com objetivo principal resolver o problema do aparecimento das bolsas
de calor dentro dos armazéns, então quando a temperatura
se torna crítica os aeradores são ligados e com isso pode-se
impedir a degradação e a migração de umidade.
A aeração pode ser realizada por insuflação
ou sucção, sendo que os armazéns da Cocamar dispõem
de aeradores por insuflação, ou seja, os aeradores forçam
a entrada do ar para dentro do armazém e dirigem o fluxo de ar de
baixo para cima dos grãos. O armazém JK é dotado de
3 aeradores em cada extremidade, e fazem com que o ar percorra pelo túnel
(onde passa a fita) e entre pela abertura de janelas no ponto desejado.
As aberturas estão dispostas linearmente no armazém e alternam-se
com as “bicas” ( bicas são os locais por onde se retiram os grãos
para a fita). O armazém 2 possui 3 aeradores em cada lateral, com
5 entradas para o armazém cada; o armazém 3 possui 4 aeradores
em uma única extremidade, e também é o armazém
com a aeração que pode ser melhor direcionada. O armazém
1, apesar de possuir termometria, não possui aeração.
Existem alguns
problemas que ocorrem de um modo geral na aeração, como por
exemplo quando se forma uma bolsa de calor e o ar insuflado não
atinge exatamente o local do aquecimento, de modo que o aquecimento continue
vigorosamente. Outro problema é quando a temperatura ambiente está
alta, porque o ar insuflado poderá aquecer ainda mais os grãos,
sendo necessário fazer-se a aeração no período
noturno onde a temperatura está mais baixa. Assim é também
quando a umidade relativa do ar está alta, onde a insuflação
de ar poderá causar um aumento da umidade dos grãos. Ocorre
também, quando está havendo a aeração, de não
haver a diminuição da temperatura, o que provavelmente ocorre
devido ao acúmulo de grãos mais finos no local da aeração,
o que dificulta a passagem homogênea do ar (formam-se caminhos preferenciais);
neste caso é necessário retirar-se os grãos e transportá-los
novamente para o processo de secagem para poderem posteriormente ser armazenados.
Em certos casos
de grãos armazenados com alto teor de umidade, os aeradores são
utilizados também para auxiliar a secagem destes. Todos os aeradores
da Cocamar são individuais, podendo ser usados para a aeração
em pontos isolados.
8) Expurgo
O expurgo é
o termo usado para designar o controle de insetos através da aplicação
de inseticidas. Os grãos mais afetados pelo ataque dos insetos são
o milho e o trigo, e geralmente quando há a infestação
existe mais de um tipo de inseto, sendo a soja menos propensa a estes ataques.
Existem vários tipos de insetos como o Sitophilus granarius (caruncho
ou gorgulho do trigo), Sitophilus orizae (caruncho ou gorgulho do milho),
Tribolium castaneum, Ephestia elutela (traça), Plodia interpunctella
(traça), Sitotroga cerealella (traça dos cereais), Acarus
siro (ácaro dos grãos ou da farinha), Oryzaephilus surinamensis
(O. mercator), Trigoderma granarium, Acanthoscelides obtectus, Lasioderma
serricorne, Rhizopertha dominica, Cryptolestes ferrugineus (besouro de
diversos grãos), entre outros.
A aplicação
consiste em encerrar os produtos em um ambiente de preferência hermético,
onde é introduzido o inseticida no estado gasoso, chamado também
de fumigante; esta aplicação visa prevenir a infestação
dos insetos, sendo aplicado antes dos grãos serem armazenados. Esta
aplicação é realizada antes dos grãos serem
armazenados, e somente se for por um longo período. Em contrapartida,
se os grãos já estiverem armazenados e sofrerem a infestação
de insetos, um tipo de expurgo adotado é o da aplicação
de pastilhas dentro do armazém, que consiste em inserir pastilhas
(inseticida) nos grãos e cobri-los em seguida, para que as pastilhas
vaporizem e seu vapor permaneça em contato com os grãos.
Os inseticidas utilizados são o K-Obiol 25 CE e o Sumigran 500 CE
(em quantidades iguais) e a pastilha é o Gastoxin.